Instituto Pensar - Molon quer que governo explique baixa execução do orçamento do meio ambiente

Molon quer que governo explique baixa execução do orçamento do meio ambiente

por: Nathalia Bignon


(Foto: Pablo Valadares/Câmara dos Deputados)

O líder do PSB na Câmara, o deputado federal Alessandro Molon (RJ) quer saber porquê o Ministério do Meio Ambiente deixou de executar a maior parte do orçamento para as áreas de mudança do clima, conservação e uso sustentável da biodiversidade e qualidade ambiental.

Nesta segunda-feira (24), o congressista comunicou que protocolou um Requerimento de Informações para que o vice-presidente da República, Hamilton Mourão, e ministros Fernando Azevedo (Defesa) e Ricardo Salles (Meio Ambiente) expliquem a situação.

No último dia 22 de agosto, uma reportagem divulgada pela TV Globo expôs que apenas 14% do orçamento foi usado para conservação. Já na área de mudança climática, dos R$ 10,3 milhões autorizados, 13% foram executados. O pedido ocorre em meio a denúncias de descaso do governo enquanto a Amazônia e Pantanal sofrem com o desmatamento e com as queimadas.

Para Molon, essa informação ganha contornos ainda mais graves em meio à abertura pelo Ministério Público Federal (MPF) de uma investigação sobre o transporte em um avião da FAB de garimpeiros ilegais do Pará a Brasília, onde os possíveis criminosos teriam se reunido com o ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles.

"É gravíssimo que, enquanto uma tragédia ambiental está em curso nos principais biomas brasileiros, o governo tenha verba para o meio ambiente sobrando! O antiministro do Meio Ambiente terá que prestar contas aos brasileiros pelo estrago que sua incompetência absoluta está deixando”, afirmou Molon, que enviou requerimento de informações a Mourão na última sexta-feira (21), com o objetivo de apurar se houve desvio de finalidade com o uso de dinheiro público.


Mais denúncias

Imerso em denúncias de baixo investimento, neste domingo (23) a imprensa divulgou que o Ministério da Defesa pretende gastar R$ 145 milhões em aquisição de microssatélites a serem usados por um órgão vinculado à pasta, o Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Censipam).

No entanto, o Brasil já possui sistemas de monitoramento por satélites em funcionamento. Desde 1988, os dados de desmatamento na Amazônia são publicados no site do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), ligado ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicações.

A compra anunciada aumenta a participação dos militares na Amazônia. Em junho, o vice-presidente Mourão, que é também presidente do Conselho Nacional da Amazônia Legal, admitiu que as Forças Armadas podem seguir atuando na região até 2022.

Inpe, até entanto único órgão do governo responsável pelo monitoramento via satélites, completou 59 anos neste mês. Desde o início do governo Bolsonaro, o trabalho do instituto foi alvo de críticas do presidente e de Ricardo Salles.

Com informações da Época e Poder 360º



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